segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eduardo foi eleito mas não venceu.

A ficha ainda não caiu, mesmo sabendo que seria difícil levarmos as eleições para o segundo turno. Ao longo das últimas horas acompanhei diversas reações aos resultados de hoje. Algumas envolvendo humor, outras indiferentes e finalmente o grupo no qual eu me encaixo, o que não sabe como reagir. O que sabemos, entretanto, é que nesse final de tarde sentimos o que eu apenas consigo descrever como um a estranheza em nossas entranhas. Um desespero tal qual o crepúsculo de domingo, quando, ao ouvir o som depressivo e inconfundível que é a voz do Faustão, percebemos que o fim de semana se esvaiu e estamos prestes a encarar uma longa semana. O que me despertou desse estado de torpor foi o evento criado com o seguinte nome: "Marcelo Freixo governador 2014".


Nesse momento fatídico, concluo que a semana que estamos prestes a encarar se estenderá, minimamente, durante dois anos. Na pior das hipóteses, quatro. O que importa realmente, contudo, é o que faremos a respeito disso? A medida em que leio, penso e escrevo, percebo que esse vazio na verdade sou eu inconscientemente dando um tapinha nas minhas costas, dizendo palavras como "pelo menos nós tentamos", no intuito de acalentar o sentimento que deixou minhas entranhas em tal estado: Raiva.
Agora segue a parte complicada e crucial. É imprescindível que nós resistamos ao agente pacificador, que nesse momento já está exercendo sua forças que em breve nos farão desistir. Estou falando do tempo, e é por isso que estou juntando minhas forças ao escrever este depoimento, por que sei que daqui a alguns dias não terei mais a disposição para escrever. 



Precisamos fazer algo a respeito do escândalo que foram essas eleições. Partidos comprados e financiamentos ilegais são, como já dito anteriormente em um debate, "a ponta do iceberg". Ouvi um conhecido dizer "derrota faz parte da política", mas acredito que derrota e vitória sejam conceitos existentes apenas em um meio imparcial, o que pode ser considerado tão utópico quanto um político honesto. Entretanto, se  conseguimos encontrar um candidato digno, acredito que possamos e DEVEMOS cobrar o que nos é direito: honestidade. Essa medida, lamentavelmente, não é o suficiente. Políticos, empresários e empreiteiros tomaram uma certa predileção por burlar a lei como bem entendem. Finalmente, chego à pergunta em que esse testamento se resume:

Em que ponto essa prática se tornou aceitável? Venho por meio dessa pergunta suplicar por alguém que assuma a liderança, assim como fizeram Harvey Milk, Martin Luther King, Mahatma Gandhi e muitos outros. Delego essa função a outros por que não tenho o que é preciso pra ser um líder. Meu âmbito está limitado à minha mente e minhas palavras, não sou muito bom em transformá-las em ações.

As leis se aplicam a todos os cidadãos, não existe quem seja isento de julgamento.

“The rain falls upon the just
And also on the unjust fellas
But mostly it falls upon the just
Cause the unjust steals the just's umbrellas”


Texto: Michel Garcia

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